Uma “barrigada” – informação falsa, no jargão jornalístico – da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) do Maranhão acabou por abrir uma crise entre a pasta, a Polícia Militar e a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), da Polícia Civil.
No domingo, 18, o Sistema de Segurança do Estado disparou a informação de que a Polícia Militar havia estourado, no São Cristóvão, a festa de uma facção com atuação na capital. Mais de 160 pessoas foram encaminhadas para a Seic.
Devidamente “enquadradas” durante toda a madrugada, descobriuse que nenhum dos supostos integrantes da organização criminosa tinha, sequer, passagem pela polícia.
Além da presença de menores e do consumo de drogas, nada mais grave foi flagrado, o que abriu a primeira crise: a Polícia Civil precisou dispor de delegados, investigadores e escrivães durante toda a madrugada, o que teria obrigado a instituição a conceder-lhes folga na segunda-feira, desfalcando delegacias durante todo o dia.
Mas eis que uma nota oficial da SSP conseguiu piorar ainda mais as coisas. Pela manhã, a secretaria disse, “por meio da Seic”, que a operação da PM havia sido um “equívoco” e que o delegado André Gossain, superintendente de investigações, concederia uma entrevista coletiva para esclarecer tudo.
Qual não foi a surpresa da imprensa, contudo, quando Gossain, além de não explicar nada, ainda disse que a Seic nunca considerou “equívoco” a ação da PM. E mais: que não partiu da Seic a informação repassada pela SSP.
Para completar, ainda vazou o conteúdo de um ofício por meio do qual o titular da Seic dá uma verdadeira enquadrada no secretário de Segurança Jefferson Portela. No documento, André Gossain reforça que a Seic não classificou de equivocada a ação da PM e cobra do secretário a identificação do autor da nota que cita a Superintendência.
Que lambança.
Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão